Os orizicultores brasileiros, há alguns meses, vêm investindo e trabalhando na atual safra da cultura. E, finalmente, chegamos ao principal período da temporada: o início da colheita. O momento é o de colher o grão e os resultados do seu trabalho, que não é fácil, já que a lavoura sofre com diferentes desafios, que vão desde as pragas e doenças até os fenômenos climáticos, fatores que impactam na produtividade e na rentabilidade. Mas a safra 2023/24 traz um alento: depois de dois anos seguidos de instabilidade da lavoura e preços baixos, o arroz vem com bons índices de produção, boa remuneração ao produtor e até aumento de área plantada.
De acordo com o quarto levantamento da safra de grãos, divulgado no início de janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há um avanço de 5,8% na área semeada com arroz no Brasil para 1,565 milhão de hectares; 1,3% em produtividade, para 6.871 quilos por hectare e, por consequência, de 7,2% na produção, estimada em 10,756 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, principal estado produtor da cultura no país, vemos uma substituição de áreas de soja pelo arroz. Com anos extremamente difíceis para a oleaginosa, devido à seca, o agricultor acreditou no potencial da orizicultura e deve colher bons frutos. Outro ponto que motivou a substituição nesta safra é a chuva. Nas áreas de soja, a presença de altos índices pluviométricos na época em que a cultura está se estabelecendo acaba prejudicando a oleaginosa muito mais que o arroz. Diante deste cenário, previsto desde o início de 2023, o agricultor acabou desacelerando a soja em um ambiente de várzea e migrou para o arroz.
Mas não é só a troca de cultura que faz o produtor conquistar produtividade e rentabilidade. Os orizicultores que saíram na frente e lá em fevereiro de 2023, durante a abertura da colheita da safra 2022/23, já iniciaram o seu planejamento e se prepararam com os insumos corretos que os auxiliaram nos desafios diários da lavoura ao longo da temporada, serão aqueles que terão melhores índices produtivos.
A alta produtividade está relacionada a um bom planejamento e manejo da lavoura. Os desafios da cultura do arroz não são poucos. Por isso, é essencial avaliar as práticas de manejo, preparo do solo, a época de semeadura adequada usando semente de qualidade com o tratamento correto levando em conta as pragas e doenças que ocorrem na lavoura. O tratamento de sementes é importante para proteção da semente, controle de pragas e doenças, estabelecimento e crescimento de plantas visando principalmente a uniformidade e estande adequado. Nesta safra, tivemos maior incidência de lagartas desfolhadoras e da bicheira-da-raiz (Oryzophagus oryzae), pragas que são controladas eficientemente com a aplicação de inseticida adequado via tratamento de sementes, antes da semeadura.
A partir da semeadura, o produtor se deparou com outro fator: o excesso de chuvas, ocasionado pelo El Niño. A intempérie climática dificultou muito, em várias regiões do Rio Grande do Sul, a instalação da cultura na época correta, além da germinação uniforme. Isso gerou atraso de semeadura. A chuva também foi um prato cheio para as plantas daninhas. Invasoras de folhas largas, ciperáceas e capim-arroz foram identificadas nas lavouras e, para o sucesso de controle, necessitamos de conhecimento e estratégia para o manejo adequado de cada espécie. O uso de herbicidas para manejo de plantas daninhas evita a competição por nutrientes, luz, água e espaço, permitindo que a cultura expresse todo seu potencial.
Os orizicultores que se prepararam com herbicidas pré e pós-emergentes conseguiram controlar muito bem as plantas daninhas. O uso destes defensivos com efeito pré-emergente é fundamental para controlar invasoras de difícil controle ou resistentes, uniformizar estádio das daninhas, ampliar a janela de controle na pós-emergência e também, principalmente, a redução da competição inicial. Na pós-emergência, temos possibilidade de identificar as plantas daninhas e selecionar o herbicida adequado, levando em conta o estádio e espécie da invasora. Temos a disposição dos agricultores diversos herbicidas, com vários mecanismos de ação e com eficiência diferenciada. E, na cultura do arroz, a assistência técnica especializada é extremamente importante para apoiar os agricultores na escolha das melhores estratégias, visando obter o melhor resultado de controle na busca da produtividade.
Antes mesmo de celebrar a abertura da colheita, com o enchimento dos grãos, há ainda um ponto de atenção. Devido à alta umidade, temperaturas elevadas, dias sem sol e horas de molhamento foliar mais prolongado, pode haver a pressão de doenças, entre elas, a Brusone. Para isso, um programa de manejo incluindo a aplicação dentro da recomendação com fungicidas é essencial.
Sabemos que o orizicultor é extremamente preocupado com as diferentes fases do desenvolvimento da cultura. O manejo passa por uma série de fatores ao longo da safra para maximizar a produtividade, que vem sendo construída ao longo de toda a temporada. Por isso, agora, ao colher o grão e os seus grandes resultados, que são iniciados na Abertura da Colheita do Arroz, que acontece de 21 a 23 de fevereiro, em Capão do Leão (RS), o produtor já necessita pensar no planejamento para a safra 24/25. No evento, o produtor tem a oportunidade de através de vitrines tecnológicas, conhecer o que há de mais moderno para proteção da cultura, além das inovações para maior produtividade e rentabilidade. É o momento de conhecer as ferramentas que irão auxiliá-lo ao longo da próxima temporada, que será mais uma vez de bons resultados, já que todos nós acreditamos no arroz!
Fonte: Agrolink
