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Trigo - Plantio de trigo acelera ritmo no final de julho e fica perto da conclusão no Sul do Brasil
Data: 26/7/2024

O plantio de trigo no Sul do Brasil está muito próximo de ser concluído, após paralisação dos trabalhos por conta das chuvas no início do mês. Ao todo, na região devem ser plantados pouco mais 2,5 milhões de hectares da cultura, com uma produtividade média em torno de 3,1 kg/hectare, o que resulta em uma produção projetada em 8,1 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul foi registrado o principal atraso, mas neste final de julho foi registrada retomada no ritmo. Segundo o Deral-RS Houve prosseguimento na semeadura e, na metade Oeste do Estado, pôde-se concluir o plantio. A operação foi retomada nas regiões em atraso, especialmente na metade Leste, em função da melhoria das condições climáticas. A área semeada aumentou 9% e alcançou 94% da projetada, que é de e 1.312.488 hectares, com produtividade média prevista de 3,1 kg/hectare.
Como explicou Alencar Rugeri, agrônomo da Emater/RS-Ascar, o Rio Grande do Sul tem como característica uma região noroeste mais quente, que planta antes, e a região nordeste mais fria, com o plantio mais tardio. De forma geral, por mais que o plantio tenha atrasado no estado, segue dentro de uma janela normal.
Ele lembra que a maior produção de trigo da história do Rio Grande do Sul, em 2022, aconteceu com um atraso semelhante ao atual. Por esse motivo, Rugeri afirma ser possível que o atraso seja benéfico, mas neste momento incial de safra é difícil falar. “O que tivemos foi um período com persistência da chuva e pouco luminosidade. Interferiu nos tratos culturais dos produtores e no desenvolvimento das plantas.  No último período retomou o tempo seco e com sol, adequado para o trigo, o que fez com que tivesse uma melhora”, explicou o agrônomo.
Agora, as próximas fases serão decisivas para o desenvolvimento do trigo: “é uma corrida de 130 dias, e nesse período você tem que ter a maior parte de dias adequados para não ter dificuldade. No começo é onde temos a maior possibilidade de recuperar aquilo que se espera dessa caminhada. Se a partir do florescemnto acontecer algum fenômeno, os danos são mais severos do que no começo, quando pode haver uma recuperação”, disse Rugeri.
Carlos Konig, gerente agrônomo da cooperativa C. Vale, afirmou que a condição das lavouras de forma geral tem caminhado bem. Segundo ele, o maior problema no Rio Grande do Sul foi o excesso de chuva em alguma áreas plantas. Então, em algumas propriedades onde houve dificuldade para aplicação de insumos ou erosão, a produtivdade será afetada.
Para ele, essas condições estão dentro da expectativa e, assim como Rugeri, a atenção fica agora para os fases mais avançadas de desenvolvimento. “A preocupação maior fica por conta do frio mais tardio nos meses de agosto e setembro e excesso de chuva na época da colheita, que pode impactar na qualidade”. observou Konig.
O produtor Mauro Costa Beber, de Condor-RS, contou que o plantio no Rio Grande do Sul este ano precisou ser executado em três fases de plantio. Os trabalhos começaram no início de junho em sua região, mas depois de uma semana tiveram de ser interrompidos por conta de chuvas.
Depois disso apenas em 1º de julho foi possível retomar o plantio, que foi novamente interrompido por conta da precipitação. Por conta disso, uma parte das áreas do estado ainda estão finalizando a semeadura do cereal.
No estado, como conta Beber, as duas primeiras áreas plantadas apresentaram muito bom desenvolvimento, porque pegaram bons períodos de chuva e a semente emergiu uniformemente. Os locais que receberam incialmente o trigo já tiveram aplicação de nitrogênio. A leva do início do mês ainda não tiveram a aplicação, pois agora o tempo está seco, como ele explicou.
“Está com um potencial bom, deu frio depois do primeiro plantio, bom perfilhamento e as outras estão recém-emergidas, mas estão com boa sanidade, não tem pragas, poucas pragas e doenças. Assim o trigo está com início muito bom e a expectativa nossa é que venha uma nova chuva em agosto, para o pessoal fazer uso de nitrogênio e fazer manejo de herbicídas e fungicídas”, relata o produtor
Agora, a expectativa é para que as condições climáticas sejam favoráveis daqui para frente. “Se engrenar esse La Niña, a minha expectativa é para uma ótima safra de trigo no Rio Grande do Sul, apesar de uma diminuição da área e de muito problema de erosão nas lavouras e descapitalização dos agricultoros. Acredito que o clima vai ser um fator determinante para uma boa safra para os agricultores”, acrescentou Beber.
Tempo seco prejudicou desenvolvimento das lavouras plantadas mais cedo no Paraná
No Paraná, o plantio do trigo já foi finalizado, como informou o Deparamento de Economia Rural (Deral). Em boletim divulgado na quinta-feira (25), segundo o órgão, a área ocupada com a cultura foi revisada para 1,16 milhão de hectares, o que representa um decréscimo de 18% em relação à área colhida em 2023 (1,42 milhão de hectares).
De acordo com o Deral, o trigo no Praná está 1% em fase de germinação, 46% em desenvolvimento vegetativo, 27% em floração, 24% em frutificação e 2% em maturação. Em relação às condições, 12% das lavouras constam como ruins, 22% médias e 66% boas.
No estado, após o intervalo por conta das chuvas no início de julho, os trabalhos de campo foram retormados, o que permitiu a conclusão da semeadura. Com isso, as lavouras semeadas mais tardiamente tiveram uma melhora significativa, com aumento no perfilhamento, bom como no desenvolvimento vegetativo.
Entretanto, a produtividade projetada incialmente foi reduzida, sobretudo para as lavouras semeadas mais cedo, pois foram prejudicadas com a má formação de perfilhos ou redução do tamanho das espiguetas durante o período sem chuvas.
Segundo o Deral, essa situação limitou a produtividade das lavouras, especialmente no norte do Paraná, fazendo com que as perdas já representem 6% do potencial inicial. Dessa forma, a projeção da produção total no estado caiu de 3,81 para 3,61 milhões de toneladas, número 1% inferior ao colhido em 2023, que foi 3,64 milhões de toneladas.
Entretanto, o departamento ressalta que nesta fase incial é cedo para definir com segurança o volume final que será obtido. “As colhedoras devem entrar a campo no próximo mês, colhendo inicialmente as áreas mais problemáticas, que enfrentaram o maior período de estiagem. A partir dos resultados dessas áreas haverá maior confiabilidade nos números, que deverão vir ajustados no levantamento divulgado no dia 29/08”, informou o órgão.
Santa Catarina apresenta bom desenvolvimento
Em Santa Catarina, segundo boletim agropecuário deste mês da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri),  as condições de desenvolvimento das lavouras de trigo seguem dentro na normalidade.
As lavouras já semeadas apresentam boa germinação e desenvolvimento vegetativo. Em praticamente todas regiões do estado as condições climáticas, com temperaturas baixas e alternância de dias chuvosos e ensolarados, permitiram um bom desenvovimento da safra.
A estimativa de área plantada foi reduzida em 10,4% no mês de junho. A produtividade média estadual está estimada em 3.493 kg/ha, representando um aumento de 56,1% em relação à safra passada.
Esse incremento na produtividade acontece porque a safra anterior foi marcada pelo excesso de chuvas na época de colheita, fator que prejudicou fortemente a qualidade do produto colhido, comprometendo a produtividade média e a rentabilidade das lavouras.
Portanto, a projeção é de que neste ano a produção de trigo em Santa Catarina chegue a 430 mil toneladas, o que representa um aumento de 39,83% em relação à ultima safra, que foi de 307.634 mil toneladas.
Relação de oferta e demanda do trigo no mercado internacional
Em entrevista nesta sexta-feira ao Bom Dia Agro, Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, afirmou que os preços do trigo no mercado financeiro estão tendo bastante influências das questões climáticas. Nesta semana, houve uma sustentação por conta da presença de compradores, mas por outro lado tem uma safra muito grande dos Estados Unidos, então essa oferta sazonal não não deixa que tenha um aumento das cotações.
Com isso, o preço do trigo segue muito próximo das mínimas que são registra desde o início da temperada passada. “É momento de ingresso de safra no Hemisfério Norte, então é pouco provável para reação de preços, mesmo que em termos fundamental, a situação de oferta e demanda não seja folga”, explicou Bento.
Segundo ele, ainda há uma indefiniação sobre produção, pois até agosto ainda está entrando safra do Hemisfério Norte, e não há certeza a respeito do tamanho dessa oferta Além disso, há tambpem a incerteza sobre qual será a oferta de importantes países do Hemisfério Sul, como Argentina, Austrália e Brasil.  Bento afirmou que existe para otrigo uma demanda que cresce de maneira linear, mas uma oferta que galopa de um lado para outro, o que provoca diferentes movimentos no mercado.
Vlamir Brandalizze, analista da Brandalizze Consulting, também destacou no programa Tempo & Dinheiro, com João Batista Olivi, que a a produção do Hemisfério Norte está afetando negativamente os preços. Entretanto, ele espera que em dois ou três meses ocorra uma queda dessa oferta. 
Além disso, Brandalizze acredita que entre outubro e novembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, irá começar a segurar a oferta de trigo, pois a safra atual não é mair que a de anos anteriores. Por esse movimento ele acredita que, para não exportar muito e inflacionar no mercado interno, a Rússia irá controlar a quantidade de exportação.
Preços dentro do Brasil 
Neste momento no Paraná, em termos de preço se viu uma alta até significativa recentemente, indicações até R$ 1,7 mil/tonelada, como disse Bento. Como tem a incerteza da produção em regiões do norte e oeste do Paraná, que tiveram problemas com o tempo seco, os moinho estão vendo que a entressafra pode ser alongada, o que tem trazido firmeza para as cotações.
Além disso, pensando na questão da paridade de exportação,  o trigo tem encontrado muitas vezes problemas no Porto de Paranaguá, o que tem atrasado desembarques, por isso está sendo necessário pagar uma taxa US$ 10/tonelada, o que encarece o produto de importação.
No Rio Grande do Sul, onde já houve um excedente expressivo quando o estado produziu 6 milhões de toneladas e exportou para trigo, neste ano a produção não terá a mesma dimensão, mesmo assim ainda deve ser maior do que o consumo gaúcho.
Agora, há pouco trigo de safra velha, mas com a safra nova, em algum momento é possível que aconteçam vendas para outros locais, segundo o analista. O produtor gaúcho irá fazer as contas de para onde vai ser mais interessante enviar seu excedente, se é para o mercado internacional e competir com Rússia e Argentina ou se é para o Paraná.
“Em regra, temos um mercado balizado pela paridade de importação. Os preços internos do Brasil se formam com referência dos preços que vêm de fora, sobretudo o valor que chega o trigo argentino nos moinhos brasileiros. Tem a questão da qualidade, mas em tese é a paridade de importação que forma o preço, não tem como fugir dessa lógica”, completou Bento.


Fonte: Notícias Agrícolas
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